22/10/2009

Quais os paradigmas em que se pode inserir a investigação educacional?

Para responder a questão recorri a bibliografia de Severino 2007,que ressalta que o paradigma epistemológico de uma investigação na Área de Ciência Natural difere de uma investigação na Área de Ciências Humanas. No âmbito das Ciências Naturais há basicamente um único paradigma que é representado pelo “positivismo” fundamentado na física clássica de Newton. A partir do Séc XIX, foram se constituindo as Ciências humanas com a pretensão de se configurar de acordo com os mesmos parâmetros das ciências naturais.
Pesquisadores perceberam que para o estudo e conhecimento do homem outros paradigmas podem ser utilizados e igualmente satisfatórios. Dessa lógica as Ciências Humanas passaram a se realizar sob a referência teórica metodológica do “Funcionalismo”. O Funcionalismo se apóia no pressuposto de que toda atividade social e cultural é funcional. Ou seja, o papel das Ciências humanas é de identificar essas relações, descrevendo seus processos e explicitando suas articulações a partir de uma abordagem “empírica”, com métodos apropriados.
Outro paradigma é o “Estruturalismo”, ou seja, corrente epistemológica inserida na tradição positivista que tem referência em pensadores como Levi Strauss, Lacan e Focault. O estruturalismo se apóia no pressuposto de que todas as formas de vida social se organizam sob o modelo de sistemas estruturados.
Um terceiro paradigma mencionado por Severino é o paradigma “Dialético” que se baseia em pressupostos considerados pertinentes à condição humana e as condutas dos homens. O paradigma dialético está ligado à "investigação antropológica", conduzida sob inspiração "hermenêutica" e pressupõe que a realidade da existência humana só se faz conhecer pelo viés da cultura.
Dessa leitura quase complexa pude concluir que a relação entre os paradigmas existentes e os métodos de investigação está na fundamentação teórica que sustenta o objeto de pesquisa e sua problematização. Essa relação dos paradigmas com o método, a meu entender está nas escolhas do pesquisador, de como organizar as etapas da sua investigação, de como fazer a análise do conteúdo da pesquisa e dos seus resultados.

Que métodos se podem definir em investigação educacional?

Estrutura Metódica e planeada segundo Severino:

1. Elaboração de um projeto de pesquisa
2. O levantamento de fontes referentes ao objeto
3. A atividade de pesquisa e a prática da documentação
4. A análise dos dados e a construção do raciocínio demonstrativo
5. A redação do relatório com os resultados da investigação.

Severino ressalta a importância do planeamento antes de realizar um trabalho de investigação. Ou seja, precisa um registro da investigação, um “projeto”.
Para a elaboração desse projeto o investigador precisa ter bem claro o objetivo da investigação e como ele está problematizado. Qual hipótese que está levantando para resolver o problema, quais elementos teóricos pode contar, quais recursos instrumentais dispõe para levar adiante a pesquisa, e quais etapas pretende percorrer?

O investigador precisa vivenciar "uma questão problematizadora". Para isso, poderá colher elementos do contexto acadêmico, profissional e cultural em que vive. Em relação ao tipo de investigação, todo o trabalho necessariamente precisa ter uma procedência de trabalho científico, ou seja: de pesquisa, de reflexão pessoal, autônomo, criativo e rigoroso.

Referências Bibliograficas

Pádua, E. M. M. (2007). Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática. 13a ed. Papirus. Campinas, SP.

Severino, A. J. (2008). Metodologia do Trabalho Científico. 23a ed revista e atualizada. Cortez Editora. São Paulo, SP.

Como caracterizar um estudo de caso em investigação?

As investigações que se concentram em estudo de um caso particular são caracterizadas por “estudo de caso”. Estas acontecem na coleta de dados e sua análise. O caso escolhido deve ser significativo e bem representativo. Os dados devem ser coletados rigorosamente e trabalhados, mediante análise rigorosa e apresentados em relatório qualificado.

Veja figura segundo Pádua, 2007


Como começar uma investigação?

Parafraseando Marco Vezzani, podemos dizer que num processo de investigação o primeiro passo a ser dado é o da observação, pois a partir dela buscar-se-ão as respostas às perguntas como “porque tal fenômeno ocorre?” ou “que relação este fenômeno tem com aquele?”. Para estas perguntas, buscar-se-á formular as possíveis respostas ou as denominadas hipóteses. Estas visam a busca de diversas informações já conhecidas, sendo suposições testáveis e, a partir delas, são realizadas deduções, que prevêem o que pode acontecer caso estejam corretas.
Desta forma, os testes experimentais e/ou novas observações são realizados para testar as hipóteses e averiguar se as deduções podem ser confirmadas ou refutadas. Assim, uma hipótese aceita, deverá ser divulgada a fim de auxiliar trabalhos posteriores de outros pesquisadores, através de publicações, apresentações em eventos, congressos e comunicações pessoais como esta.
Convém, elencar que uma hipótese confirmada por inúmeras experimentações, irrefutável num espaço temporal, poderá se tornar uma teoria - conjunto de leis, conceitos e modelos - que busca explicar diversos fenômenos. Entretanto, mesmo uma teoria bem consolidada, ainda é passível de mudança. Finalmente, a realização de novas observações e teorias faculta a possibilidade de novas descobertas, surgindo daí a imprescindivibilidade de uma pesquisa.

Quais as características de um bom problema de investigação?

Pádua apud Dusilek (1986, p.67) diz que “Formular é expressar de forma precisa, afirmar definida e sistematicamente”. Portanto, para se caracterizar um bom problema, após a escolha do tema, o pesquisador deverá delimitá-lo, pois geralmente o tema escolhido tem uma amplitude que comporta vários estudos e interpretações. A tarefa do pesquisador é decompor o tema e selecionar com precisão o seu campo de atuação. Neste sentido, a escolha do problema se torna uma tarefa difícil que exige reflexão crítica do pesquisador, originalidade e conhecimento científico. Alguns aspectos devem ser levados em consideração, entre eles, o enunciado do problema o qual inicia o processo de investigação, bem como, orienta a coleta de dados, e determina os resultados da pesquisa.

Etapas a percorrer no processo de investigação:

Etapa I – O projeto de pesquisa

Etapa II – A coleta de DadosEtapa III – A análise dos DadosEtapa IV – A elaboração da escrita

Organização dos documentos

Os documentos obtidos na pesquisa devem ser organizados em ordem cronológica e separados individualmente a fim de serem analisados, classificados e interpretados a partir da coleta de informações. Esta etapa envolve o estabelecimento de relações existentes entre os dados, ou seja:

• Pontos de divergência
• Pontos de convergência
• Tendências
• Regularidades
• Princípios de casualidade
• Possibilidades de generalizações.

Se necessário faz-se tratamento estatístico dos dados

Referência Bibliográfica:

PÁDUA, E. M. M. Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática. 13a ed. Papirus. Campinas, SP.(2007)

SAMPIERI, R. H et al. Metodologia de pesquisa. 3 ed. São Paulo: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda. (2006).

Como citar as fontes usadas numa investigação

As citações e fontes utilizadas na investigação devem ser de acordo com as normas científicas do país.
No caso do Brasil ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A análise bibliográfica é o primeiro momento da identificação e localização das fontes, sendo realizada a partir da consulta aos catálogos das bibliotecas e internet. O pesquisador vai aos poucos selecionando, na prática, o que é fonte em sua área de pesquisa. Não é um trabalho fácil, porque muitas obras que são consideradas bibliografia em uma determinada área do saber, em outras são fontes indispensáveis à pesquisa científica. A organização das fontes pode ser: por assunto, por títulos ou por autor.

Os dados coletados devem ter suas fontes corretamente citadas no relatório de pesquisa, evitando-se assim problemas de uso indevido de material, que caracteriza uma violação das normas internacionais de direitos autorais. Quando os dados da pesquisa forem coletados pela internet, devem-se redobrar os cuidados com os registros, para que não ocorra apropriação indevida de idéias, e informações, de outros pesquisadores, sem dar-lhes os devidos créditos. O mesmo deve acontecer com troca de informações por e-mail ou listas de discussão em grupos de estudo via internet.

Justificativa, Objetivos e Avaliação deste Trabalho


Justificativa

Esse Blog tem a finalidade de publicar minhas pesquisas e processo de aprendizagem, na disciplina de Metodologia de Investigação em Educação, do Mestrado em Comunicação Educacional e Multimedia da Universidade Aberta de Portugal.

Objetivos

- Realizar pesquisas e analisar bibliografia sobre o processo de investigação;

- Caracterizar vários métodos de investigação em educação;

- Reflectir e debater sobre as etapas do processo de investigação;

- Argumentar de forma sustentada sobre diferentes métodos de investigação;

Avaliação

Os parâmetros para avaliação deste Blog (E-fólio), podemos encontrar no artigo escrito pela Professora Alda Pereira e outros professores da UAB/PT, que tratam da qualidade da avaliação contínua baseada em competência Online: O caso do E-Folio.
A prática do E-folio utilizada para o método de pesquisa é altamente recomendado pelos professores. Segundo eles, esse método procura transformar a prática de Educação a Distância tradicional em ensino e aprendizagem online.


O Artigo completo está em Inglês Evaluating Continuous Assessment Quality in Competence-based Education Online: The Case of the E-folio