19/11/2009

Amostragem

Segundo Pádua (2007, p. 67), amostra é a representação menor de um todo maior, a fim de que o pesquisador possa analisar um dado “universo” (um todo). A amostra deve ser representativa para que os resultados sejam considerados legítimos. Para isso o pesquisador deverá organizar um plano de amostragem que possa garantir a representatividade, a significância, e os limites de exatidão (margem de erro) que a pesquisa comporta.

As técnicas de amostragem são geralmente utilizadas nos estudos como, inquéritos sociais, pesquisas de opinião, enquetes etc. As principais técnicas de amostra são:

Amostra ao acaso e amostra estratificada, por serem consideradas de alto grau de confiabilidade para a inferência estatística.

Na amostra ao acaso, também é denominada por seleção aleatória simples, as unidades do universo devem ser arranjadas de maneira que o processo de seleção dê igual probabilidade de seleção para cada unidade do universo. Pode ser realizada por:

Acaso ou sorteio
Lista de intervalos regulares;
Tabelas randômicas (tabela de números aleatórios), ou escalas, etc...

A amostra estratificada, também denominada seleção aleatória estratificada, inclui o acaso, mas, busca melhorar a representatividade quando o universo é heterogêneo e multiforme. Esta requer amostras compactas, como subgrupos, “estratos”. Neste caso o pesquisador deve determinar a proporção adequada de cada “estrato” em relação à amostra total, para depois efetuar a amostra ao acaso (seleção aleatória simples).
Segundo a autora, as técnicas de amostragem também apresentam limitações, as quais apresentamos na figura abaixo:

(quadro “limites de amostragem”, Pádua 2007, p. 68)

18/11/2009

Análise da Dissertação

O Papel da Internet no Processo de Construção do Conhecimento Neto, C.(2006)

O caso analisado refere-se à implementação de um programa de portfólios eletrônicos para uma turma de alunos do 9º ano de escolaridade, no contexto da disciplina de Matemática.

No caso aqui, as questões foram direcionadas aos alunos e aos professores, de modo a responder o problema do papel da internet no processo de construção do conhecimento. As respostas dos alunos, assim como, a observação de suas práticas, demonstraram que embora a internet possa oferecer uma diversidade de serviço e escolhas, há necessidade de se colocar critérios para o processo de seleção da informação desejada. Da mesma forma, o questionário realizado com os professores, demonstrou que ainda necessita muita pesquisa e análise, além de um vasto projeto de mudança de paradigma, que lhes permita questionar suas práticas, e propor soluções de melhoria. Além disso, ficou comprovado da necessidade de muita reflexão crítica em relação ao uso da internet no processo de construção do conhecimento.

Acredito que o emprego do questionário nos leva a considerar que a autora se utilizou do método quantitativo, e que, a quantidade de questões vem de encontro aos objetivos da investigação.

O fato de terem questões de múltipla escolha justifica que a pesquisa foi realizada com 350 alunos e 110 professores. Houve uma prévia realizada com 20 alunos e 10 professores a fim de validar o projecto e permitir verificar dificuldades, rever dúvidas e sugestões dos intervenientes. Além disso, a validação permitiu corrigir aspectos de forma e conteúdo, bem como, formular questões e acrescentar dois novos tópicos.

Métodos de Recolha de Dados

Uma vez escolhido o problema e o projeto aprovado é hora de iniciar a etapa de coletas de dados que tem os seguintes recursos como indicadores para utilização.
Pesquisa bibliográfica
Pesquisa experimental
Pesquisa documental
Entrevistas
Questionários e formulários
Estudos de caso relatos de experiências/ relatórios de estágios,
Observação sistemática.
O pesquisador pode se utilizar de um desses recursos ou uma integração entre dois o mais, dependendo do seu objeto de pesquisa, por exemplo, pesquisa bibliográfica complementada com entrevistas.

Os questionários são instrumentos de coletas de dados preenchidos pelo informante sem a presença do pesquisador. Deve-se ter o cuidado de limitar o questionário em sua extensão e finalidade, a fim de que possa ser respondido num curto período de tempo, com limite máximo de trinta minutos. Na elaboração do questionário é importante determinar quais são as questões mais relevantes a serem propostas, relacionando cada item à pesquisa que está sendo feita e à hipótese que se quer demonstrar, provar ou verificar. Se o questionário for enviado pelo correio tradicional ou eletrônico é necessário enviar antes uma carta de apresentação, que deve conter indicações sobre:

Qual a finalidade do estudo;
Como deve ser preenchido o questionário;
Se há necessidade de identificação pessoal, ou não.
Se não, é preciso garantir o anonimato;
E como devolver o questionário preenchido.
Tanto o formulário como o questionário se constituem de perguntas fechadas e padronizadas, e, portanto, mais fáceis para se tabular e codificar, proporcionando comparações com outros dados relacionados ao tema pesquisado. Sendo assim o questionário se identifica como um instrumento de pesquisa quantitativo. As perguntas devem ser ordenadas das mais simples para as mais complexas, possibilitando uma única interpretação e a apresentação de uma idéia por vez.

Vale dizer que embora o questionário seja um instrumento de quantificação fechado, não exclui a idéia de se fazer algumas perguntas abertas, das quais se exige uma resposta mais pessoal, espontânea, que possa trazer dados importantes para uma análise qualitativa. Essa opção de colocar perguntas abertas num questionário fica a critério do pesquisador.

Referências Bibliograficas

Pádua, E. M. M. (2007). Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática. 13a ed. Papirus. Campinas, SP.

Severino, A. J. (2008). Metodologia do Trabalho Científico. 23a ed revista e atualizada. Cortez Editora. São Paulo, SP.

03/11/2009

Tema I "O processo de Investigação"

Reflecxões

Entendi que antes de realizar um trabalho investigativo é preciso ter claramente o seu objeto de investigação e uma questão “problematizadora”. Esta questão pode ser elaborada a partir da vivência ou intuições pessoais do investigador. Além disso, o investigador precisa levar em conta as leituras, os cursos, os debates e outras contribuições trazidas do seu contexto acadêmico, profissional e cultural. Esta questão problema aliada ao objecto da investigação precisam ser muito bem formuladas, caso contrário, podem criar incoerências na escolha do método a utilizar.
O registro do processo de investigação se dá por meio de um “projecto”, o qual deverá ser planeado de modo a possibilitar a organização, não apenas a respeito dos procedimentos teóricos e metodológicos, mas também, em termos de distribuição do tempo, a fim de contemplar todas as etapas e cumprimento das mesmas. O registro do projetcto deve ser preciso, e com rigor necessário para uma investigação científica. As etapas do projecto devem se completar em si para que o mesmo ganhe consistência e validade. Do mesmo modo, devem ser feitas as análises dos dados e o levantamento bibliográfico. Finalmente será feita a elaboração da escrita com os resultados e conclusões.

Pesquisa Qualitativa x Pesquisa Quantitativa

De acordo com Severino fala-se em abordagem quantitativa e abordagem qualitativa, pois, essas designações referem-se ao conjunto de metodologias, envolvendo, eventualmente, diversas referências epistemológicas, como por exemplo, o modelo de conhecimento científico, denominado "positivista". Este modelo adequou-se perfeitamente à apreensão do mundo físico, tornando-se modelo até das ciências que pretendiam conhecer o mundo humano. Quando o homem era considerado puramente objeto natural, seu conhecimento deixava escapar importantes aspectos relacionados com sua condição específica de sujeito. Neste caso, o método experimental-matemático, puramente quantitativo é ineficaz.

Quais as grandes diferenças entre investigação quantitativa e qualitativa?

"O objeto do Conhecimento é produto da atividade humana e como tal - não como mero objeto da contemplação – é conhecido pelo homem" (Adolpho Sanchez Vasquez)

Dissemos anteriormente que, a pesquisa quantitativa vem da tradição das ciências naturais, onde o conhecimento dos fenômenos é medido matematicamente por meio de escalas numéricas. Filosoficamente, esta pesquisa baseia-se numa visão dita “positivista”, na qual a capacidade de conhecer o mundo real fica representada pela mensuração matemática.

A essência da pesquisa quantitativa na Educação é que esta dispõe de instrumentos técnicos, que segundo Severino (2007), são métodos aptos a superar limitações subjetivas da percepção. Ou seja, entende que a apreensão dos fenômenos do mundo, é feita através de uma experiência controlada, na qual as interferências qualitativas são eliminadas.

Já para autor Hartmut Günther (2006), há uma distinção mais acentuada entre a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa no que diz respeito à interação dinâmica entre o pesquisador e o objeto de estudo. No caso da pesquisa quantitativa, dificilmente se escuta o participante após a coleta de dados. Uma inclusão de acontecimentos e conhecimentos cotidianos na interpretação de dados, depende, no caso da pesquisa quantitativa, da audiência e do meio de divulgação.

Portanto, qualitativo, ou quantitativo, o método de pesquisa escolhido implica em coerência e técnica. A técnica podemos dizer que é a preparação da documentação, a entrevista, o questionário, a observação e a conclusão para o adequado desenvolvimento da investigação

Para saber mais...

Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?

O conhecimento, a práxis e a formação humana na perspectiva sócio-histórica em sua relação com a Educação e a formação de Professores.

Pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa: Perspectivas para o campo da etnomusicologia.

Severino, A. J. (2007). Metodologia do Trabalho Científico. 23a ed revista e atualizada. Cortez Editora. São Paulo, SP.